quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Nas cinzas das horas.

È - de longe - inverossímil acreditar que eu estou novamente aqui. Logo aqui, que eu jurei nos momentos mais coléricos, nunca mais pisar. Aqui que o meu coração pulsou tão freneticamente de felicidade ou raiva, e muitas vezes dos dois ao mesmo tempo. E como sempre me falta coragem para entrar. Mas, como todas as outras vezes, eu entro. O tempo voou desde a última vez e eu ainda consigo sentir o mesmo torpor, que aumenta a cada centímetro que os meus olhos reconhecem. As paredes, os detalhes, o cheiro... Como pode? Depois de tanto tempo o cheiro continua o mesmo. E os móveis? Nossa! O que eles ainda fazem aqui? Meu coração vai parar a qualquer momento, eu sinto. E o pior é ter que falsa e aleatoriamente dar sinais de que estou de fato neste lugar como as outras pessoas, e dizer : “- È, ta ótimo!". Por Deus, eu queria sair correndo... Pro passado. Ainda sou capaz de ouvir o seu sorriso impregnado de malícia e verdade. Eu consigo ver a sua imagem e sentir o mesmo furor de sentimentos que ela me causa. De fato, o lugar continua o mesmo, e eu também... Só me falta você, como sempre.