terça-feira, 7 de julho de 2009

eu finjo ter paciência.

Obstante à qualquer fadiga vil -
distante de preoucupações malfadadas.
Vãs raízes não me projetam;
ramifimo-me em nada e no nada lanço-me.
um segundo - uma eternidade - indefere.
intensidade, velocidade, não me atraem.
Vivo de quem vive.
E não sou,
apenas estou.



À toda e qualquer forma de parasitismo humano:
brindemos com veneno e asco!

domingo, 5 de julho de 2009

saia dessa vida de migalhas.

Nietzsche atribui a dificil convivência entre pessoas,
ao fato de que mais díficil ainda é calar-se.
Grandiosa declaração, julgo.
Calo-me portanto.
Calo para tudo aquilo que a vida ainda há de ensinar.
E calo para tudo que não me permite interpretação.
Bem como, calo para julgamentos alheios
e até mesmo para meus julgamentos.
Simplismente calo.
E sábio daquele que é capaz de interpretar o meu silêncio,
que vai muito além das vãs palavras que profiro
em diversos momentos, tão intensamente.
Sábio aquele que consegue ouvir o que eu quero dizer
sem que nem ao mesmo eu murmure monossilabicamente.
Sábio daquele que sabe.
E ao que me resta...
Calo-me.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

todo mundo gosta dela na mesma doce ilusão.

Eu sei, é tarde.
Até vejo os primeiros indícios de sol.
Mas é que eu não podia esperar, não mais.
Eu queria estar aqui, eu talvez não devesse estar, mas queria.
Ainda quero e estou.
Sei, não consigo te olhar nos olhos.
Não com a mesma intensidade de antes.
Mas olho-te com a alma, com a minha alma de sempre.
Não consigo chegar mais perto o tempo foi sorrateiro,
levou toda confiança que consistia minha base, outrora sólida.
E o vento que tu descreves se encarregou de levar pra longe dos meus sentidos
toda imagem e resquício teu que me sobrara.
As palavras me fogem como ar neste exato momento.
Talvez eu não tenha querido estar tanto quanto eu pensei querer.
Quem sabe eu nem sequer queira de verdade.
Não, já disse que não gosto que fales da minha inconstância, por favor!
Esperei por longos e amargos dias estar aqui,
E agora aqui me encontro; tenho-te em face à minha loucura
Descubro que este não é meu lugar.
Desde sempre.
Desde os tempos que o meu 'sempre' que era o teu 'agora',
Até o dia de hoje que teu 'talvez' é o meu mais consciente 'nunca'.
Boa noite!



E não se esqueça de fechar a janela.

no he can't read my poker face.

Querido Príncipe Encantado,

Tomo a devida liberdade de vir aqui através deste, explanar aos poucos interessados o lado real subtraído dos contos de fadas hipócritas e lineares.

Olha só, tenho que dizer-te certas verdades que estão entaladas em minha garganta há alguns séculos. Sim sim, eu sei que meu papel desde os primórdios é ser gentil, inocente e delicada, mas os tempos já não são os mesmo, meu caro. E outra, eu não serei menos de tudo que sou por meia dúzia de verdades, não é mesmo?

Começaremos então pelo conselho principal: Se não farás não prometas. Nada de castelos, dragões ou beijos que libertam-nos de um sonos profundos, por favor. Bem, continuando com as reclamações sutis: Esse cheiro irrita meu nariz, já te falei isso antes? Não, não gosto desse escuro e mais, pouco me importo se os teus olhos doem por quaisquer que sejam os motivos. Então quer dizer que a minha ingenuidade te incomoda? E a tua mania de querer se sobressair em todos os momentos que me enoja?
Sim, foi verdadeiramente chato e maçante ouvir-te falar sobre caráter, hombridade, maturidade e blá blá blá... Sucintamente: tudo aquilo que você só conhece de nome. Ao contrário do que pensas não me instigas nenhum mistério. E só a titulo de comentário, aquele papinho retirado de um script mexicano qualquer sobre “ninguém conhece minha verdadeira face”, está um tanto quanto desatualizado, não achas?

Pare! Pare de falar do futuro como se você fosse o escritor dele. Não és capaz de escrever nem sequer seu hoje; E é óbvio que eu não poderia deixar de citar os apelidos... Querido, esses apelidos piegas você mesmo que cria? Ou pediu emprestado do bobo da corte vizinha? E por fim, quero deixar claro que você não é tão bonito quanto te pintam, e muito menos o quanto imaginas que seja.

Exposto isso, espero amistosamente que não guardes com amargura estas minhas doces palavras... No fundo (bem fundo) eu gosto de você e quero o seu bem.

Para o não mais príncipe encantado.

Da sua não menos princesa.