quinta-feira, 25 de junho de 2009

sutilmente disfarce.

Finjo que sou.
Finjo que estou.
Finjo que não me importo,
e por vezes, finjo que me importo.
Por que não?
Finjo que sou indiferente.
Finjo que sou forte,
quiçá, finjo ser fraca.
Finjo não querer,
Entretanto jamais finjo ao meu querer.
Finjo que é verdade e quando necessário finjo até que é mentira.
Finjo a dor, o temor e o desprezo.
Fernando, o Pessoa, já dizia sabiamente
O poeta é um fingidor.
Então finjo ser poeta.
E para tal não fujo a regra:
Finjo.

guarde um sonho bom pra mim.

Perdoe o modo clichê como me expresso,
eu não sei falar como qualquer um.
Desculpe a minha burra insistência em um mundo melhor,
eu sou só mais um.
Irreleve o jeito que eu minto procurando abrigo,
é que eu me sinto só, não muitas, mas algumas vezes.
Entenda a minha forma de dizer que eu me importo,
mesmo que esta seja estranhamente paradoxal ao âmago da questão.
Compreenda e se não conseguir, tente de novo, mas por favor compreenda,
a maneira piegas que me comporto quando tudo dá errado,
é apenas que o mimo que me foi dado ainda está impregnado em minhas atitudes.
Faça vista grossa para minhas respostas ásperas e pro meu humor ácido
algumas vezes eu não estou onde pareço estar.
Não estranhe o quão rápido eu me adapto a certas circunstâncias,
a influência astrológica não me permite agir diferente.
Não queira encontrar a mesma pessoa sempre que me vê,
nem eu mesma encontro.
E muito menos queira que eu reaja como de costume,
isso está completamente fora de meu controle.
Aceite meus motivos vãos para minhas fugas inesperadas,
eu tenho medos, muitos.

Desconsidere minha mania de achar que lucidez constante é um crime tão passivo de penitências quanto os outros,

É que a sanidade não me faz companhia em todos os momentos.

Seja indiferente a maneira suja com que eu me refiro a tudo aquilo que sou contra,

Eu sei ser veemente quando sou a favor.
E por fim perdoe, mas perdoe mesmo, a inconstância que transpiro em cada um dos meus poros,
eu não sou assim sempre.




o vento vai dizer lento o que virá.

Hoje.
Um dia incomumente comum.
Um saudosismo sarcástico invade minha tarde
e me faz refletir no quanto o mundo dá voltas.
Aaah... o tão clichê 360°.
Clichê sim, verídico mais ainda.
Noutros tempos o significado era de tão mais valia que o significante.
Hoje o significado real, não aquele que esforçava-me em crer,
se atrela harmonicamente com o significante e tudo faz sentido.
Exacerbo.
Nexo.
Compressão.
Lugar Comum.
Saussure.

Alinhar ao centro

tão certo quanto o calor do fogo.

Eu quis estar nos lugares mais improváveis;
Eu quis estar onde ninguém esteve;
Eu quis estar onde todos estavam.
Quis estar no fim do arco-íris,
Na II Guerra Mundial,
Quis estar onde o vento fazia a curva,
Onde Judas perdeu as botas e o que quer mais que ele tenha perdido,
Quis estar na Revolução Francesa,
Eu quis estar do lado de boas pessoas,
Quis estar do lado errado,
Quis estar com quem não merecia,
E com quem não queria que eu estivesse,
Quis estar aonde não poderia,
Quis estar aonde devia,
Eu quis estar fazendo a coisa certa,
Ou quem sabe, fazendo a coisa de maneira errônea,
Eu quis estar em qualquer lugar,
Eu quis estar em todo lugar.
E hoje, depois de algum tempo,
Descubro que eu quis estar onde eu sempre estive,
e onde, no que depender de mim, sempre estarei.